sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Indicações Cinematográgicas e Bibliográficas



Montagem by Erick Berenguel


O Projeto A Psicanálise e o Cinema indica as principais obras cinematográficas e referenciais bibliográficos relacionados a temas em Psicanálise.

-Obras Cinematográficas:
“Oito e Meio”
“Os Pássaros”
“Infidelidade”
“Uma Viagem à Índia”
"21 gramas"
"Magnólia"
"Babel"
"Beleza Americana"
"Na Natureza Humana"
"O Labirinto do Fauno"
"Sobre Meninos e Lobos"
“A Bela da Tarde”
“Madame Bovary”
“Cenas de um Assassinato”
“Closer, Perto Demais”
“De Olhos bem Fechados”
“Operação Valquíria”
“Freud, Além da Alma”
“o Estigmata”
“O Último Tango em Paris”
“Uma Mente Brilhante”
“Uma Mente Brilhante”
“Morangos Silvestres”
“Vertigo, Um Corpo que Cai”
“As Loucuras do Rei George”
“Joana D’Arc”
“Persona”
“Um de Nós Morrerá”
“Minha Mãelinha Querida”
“O Homem Elefante”
“Fritz Corrado”
“Marnie, Confissões de uma Ladra”
“Entre o Bem e o Pecado”
“Amigo Oculto”
“Farrapo Humano”
“O Ladrão de Bicicletas”
“A Lavoura Arcaica”
“O Cheiro do Ralo”
“Notas sobre um Escândalo”
“Sylvia, Paixão Além das Palavras”
“Mistérios da Carne”
“Contos Proibidos do Marquês de Sade”
“A Lula e a Baleia”
“De repente o Último Verão”
“Réquiem para um Sonho”
“Festim Diabólico”
“Sabotagem”
“O Iluminado”
“Prenda-me se for Capaz”
“A Lista: você está Disponível”
“Cisne Negro”

-Referências Bibliográficas
Psicanálise e Cinema - Marc Vernet
Filme e Subjetividade - Rogério Luz
Psicanálise e Cinema - Geraldino Alves Ferreira Neto (Wenders)
O Vazio Iluminado: O Olhar dos Olhares - Dinara Guimarães
A voz na Luz - Dinara Guimarães

-Artigos
O Divã do Pobre - Felix Guattarri
Teoria do Cinema e Psicanálise: Intersecções - Fernão Ramos
A subjetividade e as imagens alheias: Resiginificação - Jean Claude Bernardet
Cinema e Psicanálise: A anatomia de um desencontro - Claudio Duque
Cinema e Psicanálise - Juliana Psaros
Tudo que você gostaria de saber sobre Lacan e ousou perguntar a Slavoj Zizec: Psicanálise e Cinema - Elsa Santos Neves

Montagem by Erick Berenguel

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Prosseguimento das Atividades dos Projetos Vinculados ao Psicanálise na Cultura

Caros companheiros,


Neste próximo sábado ocorrerá um encontro para retomarmos o curso que era ministrado pelo professor Galvão e que terá continuação com o Prof. Waiser.
Na oportunidade, discutiremos sobre a continuidade das ações dos demais projetos.
Conto com a presença der todos.
Segue o endereço para sabádo pela manha (19/02/2011) - 9:00hs.
Rua são Bento 257 - Gloria -proximo do bairro da Gloria.

Dúvidas:
Fabi 8142-7427

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cisne Negro: O nome do pai e as inscrições psicopatológicas.



Por Fabiane Aguiar Silva
O Cisne Negro (The Black Swan) é a mais recente obra a estrear no mercado cinematográfico. Do diretor Aronofsky,o filme narra a vida de Nina (Natalie Portman), uma bailarina obstinada em alcançar o papel mais importante da companhia de balé, representar o Cisne Negro no espetáculo o Lago dos Cisnes.
Nina trata-se de uma moça bonita, introspectiva e que possui um apego forte e excessivo às próprias idéias. Filha única, Nina vive com a mãe (uma bailarina aposentada) e recebe toda a projeção desta. A mãe possui uma personalidade de expressão ambígua e trata a filha como uma criança. Ao passo que incentiva a filha a conseguir os melhores resultados, incessantemente, lembra a garota que ela também pode vir a ser um fracasso. Além disso, a mãe apresenta-se como uma mulher solitária e que dedica sua vida à filha, velando o seu sono, ajudando a cortar as unhas e a se vestir, bem como, exercendo um protecionismo demasiado sobre a menina.
Em busca da perfeição, explorando as principais características de sua personalidade e uma vida social distinta do seio familiar, a bailarina se defronta com seu inconsciente. Ao desvendar aspectos obscuros de sua personalidade, a bailarina enfrenta dificuldades de lidar com sua própria obstinação, crueldade e fragilidade egóica.
Ressalta-se que estes escritos possuem a finalidade de efetuar a interface do cinema com a psicanálise. Deste modo, elencam-se dois pontos a serem abordados nesta discussão. As aulas explanadas pelo professor Galvão no projeto a Psicanálise na cultura, os atendimentos pelo projeto A criança como desafio no ambulatório Araújo Lima, bem como as supervisões providenciadas pelo projeto A Psicanálise e o Cinema possibilitaram a fundamentação para uma análise mais apurada sobre as temáticas da ausência do nome do pai e as implicações psicopatológicas das estruturas ou da não estrutura de personalidade.
A título metodológico retifica-se que Nina é uma personagem criada pelos roteiristas do filme, desta forma, convém-se tratar sua, possível, constituição subjetiva como um resultado da ficção. As afirmações neste artigo serão frutos de interpretações da construção personal da protagonista sob o olhar da acadêmica que escreve este artigo. Portanto, tais argumentos são suscetíveis a discussões, ou seja, contribuições através das críticas.
O roteiro do filme revela Nina como um ser que desconhece limites e nega-se a lidar com os obstáculos (do real) que se apresentam no caminho do seu desejo. No desenvolvimento da saga de Nina, verifica-se que a moça busca o objeto a em si mesma, ela trata-se do próprio objeto a. E para tal, a bailarina passa colocar em simbiose a fantasia e a realidade, demonstrando traços de paranóia em relação à mãe e à segunda bailarina da companhia (uma figura identificatória), mas também, calculando de forma neurótica uma obsessão pelo bailar como Cisne Negro. Segundo Melman, 2008:
“Somos os únicos, no reino animal, cuja possibilidade de realização sexual é organizada por uma dissimetria [...] É preciso esse tipo de disfuncionamento – que encontramos regularmente em toda abordagem da criança - ,esse tipo de infelicidade para que a relação do sujeito com o mundo, com seu desejo, com sua identidade possa ocorrer.Evidentemente, vê-se de que maneira essa perda instala um limite e como esse limite tem a propriedade de manter o desejo e a vitalidade do sujeito. O pai, contrariamente a uma abordagem simplista da situação edipiana, não é tanto aquele que interdita quanto aquele que dá o exemplo da ultrapassagem autorizada do limite para cumprir o desejo, o desejo sexual. Todo mundo sabe que o cumprimento do desejo sempre tem esse aspecto momentaneamente fora da norma, algo transgressivo.
A função do pai é, então, colocar o impossível a serviço do gozo sexual... e nos perguntamos por qual aberração o pai pôde se fazer identificar como o interditor do desejo, enquanto que é, primeiro, o seu promotor.” (p. 21-22).
A ausência da interdição do nome do pai e a quebra da relação simbiótica de Nina com a mãe através da busca pela castração podem caracterizar algum diagnóstico psicótico ou neurótico? Afinal, Nina possui uma estrutura? A protagonista seria um paciente limítrofe em potencial?
E para incitar tal argumentação diagnóstica, cita-se Bergeret et al.,2006:
“A estabilidade das estruturas verdadeiras implica igualmente, ao mesmo tempo, uma impossibilidade fundamental de passar da estrutura neurótica à estrutura psicótica (ou inversamente), a partir do momento em que um Ego específico é organizado em um sentido no outro. A mais ‘neurótica’ das psicoses e a mais ‘psicótica’ das neuroses não chegarão jamais em uma linhagem comum se organização do Ego.” (p.308)
Sendo a psicopatologia o sintoma da maneira como o sujeito lida com sua estrutura de personalidade, propõe-se uma discussão a todos que assistiram ao filme e verificaram o conflito encerrado em Nina, bem como, suas dimensões.
Quais os caminhos de uma Clínica Psicanalítica aos estados fronteiriços?

Referencial Bibliográfico
Bergeret, J. ET al. 2006. Psicopatologia: teoria e clínica. 9. Ed.Porto Alegre: Artmed. 308 p.
Melman, Charles. O Homem sem Gravidade.Gozar a qualquer preço. Entrevistas por Jean-Pierre Lebrun.Ed. Companhia de Freud. Rio de Janeiro, 2008.